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O medo de se expor.


Uma das maiores dificuldades que o Ser humano tem é a de se revelar como realmente é, e exprimir os seus sentimentos. O receio de ser mal compreendido e/ou interpretado faz com que a pessoa, muitas vezes, não assuma aquilo que realmente É.


O importante é que, em algum momento, nas nossas vidas, teremos de assumir as nossas vontades e verdades. Acima de tudo, perante nós próprios. Senão, ficaremos doentes. A dor surge apenas como um sinal de alerta. Se não ouvirmos o nosso coração e não seguirmos a nossa essência, com o tempo só vamos estar a reprimir os nossos desejos conscientes e inconscientes. Como poderemos ser felizes e nos sentir realizados assim?


A primeira coisa que devemos fazer para enfrentar o medo é assumir que o temos. Reconhecer os nossos limites, tendo em conta que todos temos fragilidades que existem para ser ultrapassadas e não escondidas.

A segunda etapa passa por identificar de onde provém esse medo, o que nos impede de avançar, só assim se poderá tornar mais fácil mudar de direcção para combater este sentir.

Além desta busca nos proporcionar auto-conhecimento, vai-nos libertando do medo e trazendo mais coragem, confiança e segurança nas nossas decisões. É importante ressalvar que, hoje em dia, existem muitos preconceitos acerca do modo de como resolvermos os nossos problemas. Exactamente pelo medo. Medo de se expor. Do que poderá ser dito ou do que os outros irão pensar. Muitas vezes, isto paralisa as pessoas. Elas ficam estagnadas no tempo e até gostariam de procurar ajuda, mas não o fazem. Então, e reluzindo à Psicologia, este mês a crónica tem como objectivo passar a mensagem descontraída de que não tem mal nenhum procurar ajuda. Não somos fracos por isso. Não nos torna menos pessoa por isso. Pelo contrário, ao assumirmos que precisamos de ajuda, já estamos a caminhar em frente. O meu papel enquanto psicóloga passa por ajudar as pessoas a ajudarem-se a elas mesmas. Elas já têm as ferramentas, eu apenas direcciono de forma positiva. É um investimento e uma auto-descoberta positiva.


Muitas vezes, todo este medo do desconhecido, o sair da zona de conforto e muitas outras coisas, tiram o poder pessoal à pessoa. E este poder é o responsável por alimentar uma força interior que nos move em direcção aos nossos objectivos. Ora se a pessoa deixa de a ter, perde o rumo.

Hoje em dia, as pessoas preferem prender-se nas tragédias dos mídia que as faz sentirem-se mais seguras de modo ilusório. E chegamos à conclusão que bons acontecimentos não aproximam muito as pessoas da televisão, mas sim o oposto. Desta forma, esta ideia de que temos inúmeros motivos para ter medo é incutida em nós mesmos sem nos apercebermos disso.


Para quem lidera o mundo, até se torna conveniente que nós não nos exponhamos, não tenhamos ideias, assim não geramos confusão. Preferem que fiquemos presos pelo pânico, pela chamada "crise" do deixa andar. A ideia que fica é: se não formos iguais a todos, seremos excluídos. E esse medo assusta-nos, e muito. É por isso que continuamos na mesma vidinha de sempre, a reprimir as nossas verdades, as nossas vontades.


Para romper com este medo, precisamos de desligar do que ouvimos, lemos e do que nos causa medo que, hipoteticamente, também nos poderá acontecer a nós. É normal que tenhamos compaixão pelas pessoas pois vivemos em sociedade, mas não podemos deixar que esse medo se apodere de nós e nos paralise.

Só mudando hábitos, conseguimos alterar pensamentos e comportamentos. Por exemplo, em vez de sofrer por achar que não é possível resolver tal coisa, podemos trocar por "eu vou tentar, eu vou conseguir." Pelo menos mentalmente numa fase inicial até passar à prática. Isto precisa tornar-se um compromisso. Connosco mesmos. E sempre que vierem os pensamentos negativos, é do nosso dever mudarmos o foco.


Claro que seremos sempre testados durante a vida, faz parte. O importante é sentirmos realmente que queremos deixar de ser vítimas do medo.


Sandra Anjos.

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