Vamos lá brincar ao faz de conta...
Abelhinhas, girafas, borboletas, piratas, astronautas, polícias...
Até onde o sonho os levar…
As crianças transformam-se, vestem a personagem e são o tanto que a imaginação lhes permite rabiscar.
Nada como o Carnaval por aí a chegar para falar neste tema, que tem tanto de brincadeira como de seriedade.
Nascer é dar à luz…
A geração de um ser vivo é o mais belo e puro ato de um amor maior.
É incrível como desde tão pequenina, a criança brinca ao faz de conta e vai trilhando o seu caminho... vai-se tornando independente a vários níveis, observando tudo ao seu redor, objectos, espaços, pessoas... e formando associações. Aqui a tarefa imperativa é... Brincar.
Vai passando de uma atitude apenas exploradora, para atribuir todo um significado e uma simbologia à volta de cada brincadeira, manifestando uma intenção em cada objecto. Imita o que vê através da observação por modelagem em relação aos adultos tomados como referência. Já aqui nesta fase, a criança repete, no seu mundo, o que observa e... vai brincando ao faz de conta e continuando a sua caminhada.
Este brincar é extremamente importante, na medida em que permite construir um mundo real, que ajuda a criança a conhecer-se melhor a ela própria e aos outros.
Então, a criança utiliza o mundo imaginário que tem vindo a construir, para poder entender o mundo real com que se depara e vive, e isso consegue-se por meio da representação de papéis, ou seja, um dia são mães ou pais, no outro dia já são polícias ou ladrões, médicos, bombeiros e por aí fora...
Entrar neste mundo do faz de conta, é entrar no mundo da criança, é viajar com ela, dar-lhe a mão e voar sem medos. É comprar-lhe a passagem não só para ela, mas também para nós, que devemos ter um papel activo neste contexto.
A estimulação é sem dúvida, dos laços sem nó mais importantes que podemos dar a quem amamos. É a extensão do que somos.
Tudo se transforma neste Faz de Conta, tudo é possível e a imaginação cria asas... o impossível torna-se possível e a criança vai aprendendo a delinear os seus limites conforme as provas superadas. A casa de banho lá vira um cabeleireiro, o guarda-vestidos lá vira uma cabine telefónica e quem sabe o sofá pode ser um escritório, ou o quarto, um restaurante...
O que é certo, é que esta etapa, é de extrema importância para estabelecer soluções para os problemas, para alcançar uma maior expansão e capacidade de reacção e adaptação a situações novas.
Expressar sentimentos, interiorizar regras e limites, priorizar e desenvolver competências sociais e emocionais... tudo o que é necessário ao bem-estar e saúde de uma criança.
Por isso, puxem as mangas para cima… papás, manos, graúdos, e vamos lá todos brincar ao Faz de Conta com as nossas crianças e fazer disso um mundo real...
Assumam as Rainhas sem coroa e os heróis sem capa que existem dentro de vocês!! Só a Brincar aprendemos a crescer… Brinquem!
Com amor e lápis de cor,
Sandra Anjos.